Dama da Noite
O corpo tem memória. E a porta de entrada são nossos sentidos. Paladar, tato e olfato estão quase sempre à sombra da visão e da audição. Quase.Pois quando os permitimos, eles proporcionam sensações inenarráveis. Ai ai...
Alguns sabores, toques e aromas causam arrepios. Deixam saudade. Rastro.Têm eco.
Alguns fazem parte de nossa história. É-me o caso da Dama da Noite.
Quando criança ela estava lá, nos jardins de casa. Perfumando meus sonhos. Quando parti, encontrei-a muitas vezes entre as blocos de Brasília. Procurei-a muitas vezes na caminhada noturna, para um alento.
Noutras vezes foi ela quem sorrateira invadiu minha cama e confortou-me o sono.
E hoje, em São Paulo, qual não é minha surpresa ao sentir sua presença na rua, fechando ternamente a semana.
Ela está sempre comigo. Em mim.
posted by Gabi @ 7:16 PM
4 Comments:
ouvindo corneille e relendo oq vc fala sobre cinismo e felicidade, lembrei do refrão de 'terre':
"un bout de terre n'a jamais fait chez soi / c'est le temps que me l'apris / quand je je regarde, je trouve au tour de moi / un nouveau sense à la patrie"
soi gaieté, ma chère! =D
ou ainda: "je souis un nomeda, je suis chez moi oú on m'a accueilli / même dans le froid d'ici" ;)
Dizem que o olfato é o sentido que mais desperta memórias, mais do que a audição e muito mais do que a visão.
Dama da noite, pra mim, é o que mais traz mineirice. Culpa da minha mãe.
Damas da Noite me lembram as Academia de Tênis. E junto da Academia de Tênis, lembranças muito boas de Belo Horizonte. Meio sem sentido. Não.. um dia te explico!! Bjs
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