quinta-feira, outubro 06, 2005

Uma semana e tanto

A última vez que parei pra escrever foi há uma semana.
A sexta feira tão esperada - ainda mais que suas gêmeas antecipadoras do descanso -
esta que trazia companhia, começou com uma digressão pela estrada que me levou ao outeiro onde apresentaram-se saguis e jacus, em pleno expediente.
Foi um dia de realização. Boa análise, confiança conquistada, bom projeto, engajamento, boa perspectiva.
E tudo isso para anunciar um suspiro.
Voltei pra casa numa pausa pra fazer a mala, no posto pra abastecer o carro, no Largo e em Cumbica.
Por vezes, o rumo certo é o sentido contrário.
Acolheu-nos a noite fria na cidade cenográfica. Ao sabor da Baden Baden mais encorpada, mais tostada, ríamos. Na madrugada, depois do vinho no gargalo, houve quem carregasse a alegria nas costas e quem fugisse aos olhos do vigia noturno.
Houve também quem fizesse amizade. Com o Carlos, falante do língua do alcool, ou do “Cachorro Bom”.
Nada me fugia, ainda quando de olhos fechados.
Carro empurrado, carro roubado. E lá vamos nós. Despertamos a caminho do horto. Acordei pensando em não me mexer.
O cenário passou de chalés à mata de araucárias, exuberante em sua uniformidade, com alguns caprichos revelados da natureza. Falamos de antropologia, de ecologia, e não falamos. Ainda que alguns interlocutores fossem argutos.
Exploramos e nos acomodamos no cantinho de Portugal. Lugar pra aquecer a tarde.
Havia muito o que fazer. E era proibido apoucar-se.
Um brownie e o melhor choconhaque ao som do saxofone ao vivo. O aquecedor pra esticar a noite e o fondue ao som da banda Two Zé, que nos resignou do DVD. Uma boa fotografia.
O sono dos justous.
Chuva e alguma dor. Sem aquiescer, trocamos a Pedra do Bau pelo pronto socorro. Mesmo carecendo de ajuda pra aprumar, muito bom humor. Amizade deixa marcas.
Carinho. O fim de semana soube assim.

Depois, dois dias de repouso pra mitigar a dor e a consciência. Uns filminhos que afinal ficar olhando pro teto não dá. Um balão, muito mimo. Telefone em casa.
De cama descobri a resiliência, convenci-me do que já pensava sobre o referendo e dormi.
A quarta feira foi de notícias. Não é que serei muito pobre, muito ocupada e muito feliz?!
E eis que finda o espaço de uma semana inteira.