segunda-feira, agosto 01, 2005

Paraty

Dormi muito este fim de semana. Fui me deitar na sexta às dez e o sonho era tão bom que não quis acordar pelo resto dos dias. Começou com uma passagem de ônibus rumo a Paraty. Chegava lá às 3 da manhã e sendo um sonho eu já tinha um quarto me esperando. Dormi dentro duma concha, ouvindo o respirar do mundo das baias. Levantei cedo, fiz o devido reconhecimento do local, pé na areia. Tomei um delicioso café da manhã, bati papo com o Sr. Sérgio, amante do mar, e dono da Acqua Marina, pousada na praia. Ganhei uma carona de jipe até a rua principal, de onde pegaria a vã que ia me deixar em Tarituba, a 20 minutinhos de barco da Ilha do Pelado. Ainda no cais conhecei Tadeu, carioca bom de papo errando em busca de alguns quilos de camarão. O inverno brasileiro estava só na brisa gelada que cortamos ao baquear sob o céu azul sem uma mácula. Água Cristalina. Uma mineira, vindo de São Paulo, na praia. Tomando uma cerveja e comendo pastel de queijo e de camarão. Tive companhia de James Joyce. E depois dele de Paulo e Sônia, vindos do Rio de Janeiro. Acharam interessante eu viajar sozinha. Expliquei que em sonho a gente pode tudo.
Na linha Perequê-Paraty aprendi tudo que pude sobre a pesca local com o Joaquim, luso-descendente muito simpático. Voltei à pousada. E em poucos minutos apareceu mais gente na história. Miguel e Dan vinham de Brasília, com dois amigos – Catatau e Prezado! Todos tínhamos fome. Muita fome. Confiamos ao Sr. Paulo de novo nosso destino e não poderia ter sido melhor. Companhia dos Copos. Nos fartamos de peixe. Experimentamos até a cachaça local, muito boa, como tudo que vem de Minas! E o ritmo, continuava aquele dos sonhos, quando tudo acontece, simplesmente.
Fez frio depois que escureceu e nós nos encorajamos todos. Fomos conhecer o centro histórico de Paraty. Um lugar de charme inenarrável. Arquitetura, artistas locais, assim, a cada esquina. Pisamos aquelas ruas de pedra como quem anda em nuvens. E chegamos ao 33. Onde ficamos até as 4 e meia da manha – dançando, bebendo, cantando, vivendo. Conhecemos as meninas, de Sampa e de Chile. Hablamos español hasta cambiar e-mails y otras cositas más.
Não era permitido dormir mais que o menos possível para curtir ao máximo e aproveitando da condição de sonho em que o corpo não reclama cansaço levantamos cedo mais uma vez. Café da manhã, desta vez acompanhada. Corrida. Mais uma carona até a Principal. Desta vez para o sentido contrário, mais ao sul, para Trindade. Crianças no caminho, barrigas com medo das estripulias na pequena serra. Era tudo tão fácil...seguir, pé ante pé, em qualquer direção daria certo. Caminhamos uma pequena trilha, embora houvesse quem preferisse se arriscar na água que batia nas pedras como quem convencer. Nestes descaminhos divagávamos sobre as personalidades. E a recompensa não era outra senão os próprios caminhos. Ondas. E uma piscina natural. Just Perfect. Voltamos de barco, descobrindo o Brasil e, como tudo era possível, nos juntamos a quem vinha de Londres para o mesmo paraíso escondido ainda que de frente pro Atlântico. It was english time. Todos falamos as línguas oníricas fluentemente.
Não parou por ai contudo. Resolvemos voltar ao 33, agora mais íntimo, pub da simpática gorçonete Renata. E lá também nos deliciamos com a música e o comerzinho e a luz das velas e o astral. Estava chegando a hora de acordar, hoje de manhã, e eu peguei o ônibus de volta. De um lugar pra se apaixonar. Onde não é preciso conhecer ninguém importante para ter do melhor, basta ser importante você mesmo Paraty.
Acordei hoje e, o mais incrível, é que o corpo se ressentia do sonho como se o tivesse executado e a mente está naquele ritmo da maré. Do respirar do mundo.

2 Comments:

At 3:43 PM, Blogger Tess said...

inveja! inveja!

 
At 12:25 AM, Anonymous Anônimo said...

Também, depois da noite hiperprodutiva do dia 28...
Bom, estou de volta de Recife/Brasília. Muito bacana a Capital, muito bacana a Tess e as meninas com quem saímos... Valeu pelos contatos, Deinha! Saudades de você... Beijão!

 

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