questão de ordem
Tenho um protesto a fazer. Desta vez, rebelo-me contra os prefácios.Por que é que eles existem? São reducionistas procurando enquadrar a obra em alguma escola, em algum movimento. Avaliam, classificam. Fazer isso com uma obra de ficção é um sacrilégio.
Deviam ser substituídos por uma página em branco. Em que houvesse apenas uma nota explicativa: espaço reservado para o leitor. Por uma página reservada para notas.
Num livro meu assim seria.
Haveria muitas vantagens. Economia de folhas, e portanto, economia na publicação. Livros tem que ser baratos e acessíveis!
Economia de esforços em vão. Não gastaria páginas e páginas tentando escrever o que nunca poderia fazer satisfatoriamente, ou a contento.
E ainda pouparia os amigos do constrangimento de ter seus nomes ali no meio daquela ladainha de que foram a inspiração, o apoio e que não se devem a eles os defeitos. Blá. Isso é igual a cumplicidade criminal. Apoiou? Aprovou? Então tem parte com o demo. Digo, com o defeito.
O prefácio engessa a interpretação.
Eu aceito melhor os posfácios. Ao menos são uma opinião com que dialogar. Depois de ter lido a obra e ter um achar próprio.
Defendo o direito de achar o que eu quiser do que vou ler. Liberdade de interpretação.
E não dá pra ler pulando um monte de páginas. Parece peraltice, como se colasse na prova do colégio.
Então é isso. Uma questão de ordem.
Será que podem tirar o carro da frente dos bois?
3 Comments:
Os editores/tradutores/organizadores precisam de um jabá extra. Pelo menos é o que dizem.
Página para anotações é uma excelente idéia! =)
Eu vou defender os prefácios. Não só a estória tem que ser contextualizada, numa introdução ou num bom capítulo 1. A própria obra que a conta tem um tempo, um lugar, enfim, uma estória of its own. Se está decepcionada com os manés que adiantam o fim da estória no prefácio, a medida é bem simples: leia o prefácio por último! Pré ou pós, são os olhos do leitor que, em ultima instancia, definem essa ordem. Beijos!
concordo com o rafa: se não gosta de prefácios - pule-os, ora! tanta coisa boa q aprendi neles.
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