sexta-feira, agosto 05, 2005

matryoshka

A gente é assim...não cresce, cria cascas novas que se sobrepõem como a matryoshka. Olho para dentro e vejo, bem lá no fundo, uma menina. Que ainda ontem para dormir esperava ouvir histórias como a da Rosa Azul, que meu pai nas poucas vezes em que me pôs para dormir contava. A voz ia se desfazendo em imagens sonhadas. Um misto de pequeno príncipe e bela adormecida. Ainda hoje tem um encantamento aquela história escrita para minha mãe que ganhava outros contornos e muitas cores cada vez que eu as ouvia. Mas as histórias que eu queria ouvir na noite de ontem eram de menina crescida. Queria conhecer a sua história, de quem ma contasse. Em verdade, sentia falta de uma voz que fosse sumindo e dando lugar ao sono profundo. Embalando a imaginação e induzindo a tranquilidade do sono testemunhado.