segunda-feira, outubro 24, 2005

REconfortantes

Coisa que não se explica. Comecei a me sentir mal. Suava frio, queria pôr o mundo pra fora. Roí todas as unhas das mãos. Depois soube a razão. Naquele instante minha avó ia para a emergência do hospital. Tem coisa que a gente não explica. Nem acredita, enquanto não acontece com a gente. Hoje já dá pra falar.
Sexta-feira. Longa sexta-feira. Uma palestra interessante. São muitas as inteligências a trabalhar...lingüistica, pessoal, motora, espacial, lógico-matemática e, especialmente, a musical. Boas noites de sono antes e depois de aprender uma coisa nova, e estudar o conteúdo até três dias depois de vê-lo. Eis os segredos da assimilação.
Pena que comecei tudo errado. Dormi pouco ou nada de sexta pra sábado. Batatas, cervejas e telefone. E segui pra aula sábado. Boa aula. Ao menos a noite seguinte foi de recuperação. Ainda tenho esperança.
Mas nada como o domingo mesmo. Revitalizador. Alguma mágica aconteceu e a cidade que era inóspita às vezes e alheia a maior parte do tempo, depois de justificado meu não voto e de algumas horas no trânsito sob a chuva no carro que me levava ao espetáculo de "Os Sete Afluentes do Rio Ota", tornou-se minha casa.
Deu até vontade de comprar o ap – Casual Vila Mariana - ali na Vergueiro.
Mas, o que vale atenção destes dias é a peça. 5 horas que voam e não se deixam perceber. Em volta, gente que fala inglês, que fala francês, o Jô Soares... tudo de menos.
Ela, uma ode à interação cultural e também à paz, de uma certa maneira. Mas ainda uma sátira ao jornalismo e ao american way of life de 60 e uma impecável homenagem à arte nas figuras da cantora de ópera, dos nomes de jazz, do mágico, do dançarino...e à espiritualidade e à vida. Uma crítica ao nazismo e ao anti-semitismo. E a toda expressão violenta da capacidade humana. Houve, inexplicavelmente quem saísse dizendo que esperava mais conteúdo. Será que não viu?
Fotografias, Jeffreys, Palavras, Um casamento, Entrevista, Espelho, O trovão. Estes são os sete atos. Que nos levam à alegria, à tristeza, ao desespero. Retratos, de arredores e interiores? Bem mais que isso! Das gentes.

1 Comments:

At 5:18 PM, Blogger Nass Ju said...

até fiquei com vontade de conferir a peça.
tentei o cel da Fê, mas não obtive sucesso...

bjs

(tomara que a vovó tenha melhorado)

 

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