terça-feira, outubro 21, 2008

Livraria Cultura

A Livraria Cultura está no ar com um projeto que adorei! São os "contos da cultura". Abriram espaço no site para que os internautas escrevam contos e os avaliem. Não é só um concurso mas um grande incentivo. Claro, gosto não se discute e como o espaço e totalmente democrático tem de tudo! Sorte a minha que já pude deixar sem inibição três meus lá: engessada; valor agregado; em boa companhia.

Divulguem!

segunda-feira, outubro 06, 2008

"Eu fui Vermeer"*

Há muito eu não gostava tanto de um livro. Senti-me lendo um clássico. Na obra o autor engrandece o trabalho de Van Meegeren, um falsário genial. Mas merece engrandecimento o livro de Frank Wynne - escritor, que de forma tão envolvente, rica e simples relata a vida do pintor.

Poderia ser um livro de ficção. Mas é melhor. Porque é difícil de acreditar no que está ali descrito. Ao mesmo tempo é absolutamente razoável que a natureza das relações humanas tenha criado o ambiente propício para o desenrolar dos fatos.

É um livro que provoca. Se você quiser pode ler apenas o thriller, ficar com o suspense, com o encantamento do trabalho detalhadamente descrito no ateliê do falsário. Mas se for do seu agrado, você também é convidado a pensar sobre a arte. Sobre o artista e a instituição. Sobre o valor...

Fenomenal!

Eu estava com saudades de gostar tanto assim de um livro - todo ele - o enredo, o personagem, a ambientação, a narrativa, e até por que não dizer, a edição. Uma boa tradução, uma linda capa, uma verdadeira obra de arte!





*Eu Fui Vermeer - A Lenda do Falsário que Enganou os Nazistas - Frank Wynne - Companhia das letras, 2008

quinta-feira, outubro 02, 2008

Marketing de Relacionamento*

1. Ilustração da máxima: ganha por preço, perde por preço; ganha por serviço, perde por serviço; e assim por diante.

Todos os dias ele lhe dava boa noite. Era assim desde sua primeira noite juntos. Isto a encantava. Era como um afago.
Não importava onde estivessem. E ela esperava todos os dias antes de dormir o beijo, o telefonema, a mensagem, o bilhete no travesseiro...
Um dia ele deixou de dizer, mas a abraçou.
Com o tempo, deixou de abraçá-la, mas a cobria quando estava por perto.
Com o passar dos anos, já não sabiam que horas o outro adormecia.
Certa noite, ele a descobriu abraçada com outra pessoa, que lhe dava boa noite há alguns meses então.


***
2. Refutação da máxima: faça aos outros o que gostaria que fizessem com você

Todo mundo já ouviu esse ditado e todo mundo da área de marketing já sabe que o preconceito e o julgamento dos outros com base em seu próprio comportamento não funciona!
Pensa-se: imagina que farei um infomercial de 15 minutos! Estamos na época da velocidade! Tudo acontece em um click...
Mas ai, vem uma pesquisa, faz-se um teste e...o formato de 15 minutos vende mais.

É assim no casamento também.
Exemplo perfeito? Os presentes.
Dê a alguém romântico um presente maravilhosamente útil como um eletrodoméstico que substitui aquele que se quebrou, só porque você adoraria ganhar isso, para ver... serão dois meios sorrisos de desapontamento e talvez um “amo você”.
Do outro lado da moeda, dê a um utilitarista uma linda e perfumada carta com 5 milhões de declarações de amor só porque é a coisa mais linda que você pode imaginar fazer para alguém...neste caso, são mais dois meios sorrisos e uma pessoa inconsolável.

A vantagem do mercado em relação ao casamento é que no primeiro, o teste aumenta a chance de sucesso e diminui as perdas.


***

3. Aplicação da teoria da Pirâmide de Maslow aos amores

Ele está lá na base, concentrando-se em prover os recursos necessários e suficientes para o hoje e o amanhã, com uma margem de segurança porque não se pode prever o futuro. Incompreensivelmente organizado.
Ela está lá no topo, alimentando-se de arte, de sonho, de possibilidade. Incompreensivelmente despreocupada.
Todos os dias eles precisam se esforçar para enxergar o outro extremo e entender o que se passa por lá.



*leia-se também casamento.