quinta-feira, junho 29, 2006

Bad mood

No violão faltam cordas
Para a rede, ganchos.
Para escrever, palavras.
Para chegar falta sair.
Falta uma coisa só:
Coragem.


***

Camisa vermelha
Cabeleira azuladada
Unhas verdes
Decoração alaranjada
Excesso de cor.

Um romance
Três obras poéticas
Alguns dicionários
Duas “crônicas” reunidas
Excesso de ler.

Minas Gerais
Planalto Central
São Paulo
Férias no litoral
Excesso de correr.

Esse excesso de peso
Esse excesso de culpa
Esse excesso de lágrima
Esse excesso de mágoa
Esse excesso de roupa
Esse excesso de raiva
Esse excesso de sono
Esse excesso de nada.
E até esse excesso de palavras.

Todo excesso é um pedido mudo
De socorro.

Fisioterapia

Junto com minhas escápulas muitas descobertas vieram à tona.
Comportamento.
Consciência.
Conforto.
“Estou me tornando o que não quero ser”
E mudar o curso das coisas requer esforço.
Gravidade.
Convenções.
Expectativas.
Os vetores se somam e o equilíbrio insiste em não acontecer.
Músculos e atitudes, é tudo igual.
Força.
Alongamento.
Flexibilidade.
Hábito.
E há hábitos bons, e há hábitos maus, como saber?
Quem decide não sou eu, não é você.
Quem decide é o tempo. É esperar pra ver.

sexta-feira, junho 23, 2006

Corpus Christi Laico

Seguindo o espírito de celebrar e realçar a presença* contido na motivação ao feriado estive em Brasília. Alguns momentos ficaram registrados, não só na memória, mas também na máquina fotográfica!
Um amigo de ponta a cabeça, a descoberta de afinidades, a peteca numa mão e a cerveja na outra, o turismo cívico tradicional, uma roda de violão, um café da manhã ainda com cara de preguiça na Rapel, a torcida pelo hexa brincando de palhaço, um abraço num píer depois de um comerzinho do mar...
Outras lembranças são táteis, olfativas, sinestésicas...um sorriso, um olhar, o vinho do porto, o chá de maçã com canela, o dançar sem música, o sono compartilhado, um filminho pra rir e chorar, a emoção de estar com um Amigo...
E pra terminar de compor o ambiente perfeito, a trilha sonora: uma musiquinha brasileira, U2 ‘One’ no O´rilley, um show de jazz – Raul Souza no Teatro Nacional.

O feriado Santo foi, na verdade, uma ode à Amizade e ao Amor. Amor que algumas pessoas sentem por muitos, outras por poucos e há até quem sinta por ninguém.
Mas que eu sinto. E posso dizer senti. Muito.

De volta ao mundo dos dias úteis, a inédita seção de isostretching, a vontade de ser menos enlatada, e a expectativa pelas férias e por novos reencontros.

*para saber mais: http://pt.wikipedia.org/wiki/Corpus_Christi

pensando em ajustes

We are shaped by each other. We adjust not to the reality of a world, but to the reality of other thinkers.
Joseph Chilton Pearce

There are things I can't force. I must adjust. There are times when the greatest change needed is a change of my viewpoint.
Denis Diderot

sexta-feira, junho 09, 2006

Bahia

Descobri o que querem dizer com "saiu do catálogo"...
Significa: não temos na loja, mas o concorrente tem, e ainda está em promoção!!
Achei meu cd, álbum livro do Caetano!!!

Que cheguem logo minhas merecidas férias, pra eu ouvir- ao vivo - aquele batuque típico do Olodum, em São Salvador!!!

segunda-feira, junho 05, 2006

contundente

Foi assim o dia 1º. de junho, quinta-feira. Pareço ter sido atropelada por alguns caminhões.
O adjetivo surgiu em uma tradução português-japonês de objetivos muito nobres. Assisti ao que, para mim, é o melhor que pode haver: o começo, a iniciativa, a mobilização de muita gente, e de uma instituição, para fazer o bem. Uma benfeitoria sem fronteiras. Para alguém das relações internacionais participar desta mobilização é significativo. Para alguém do desenvolvimento econômico e da responsabilidade social é mais que isso.
Mas este foi apenas o primeiro dois eixos. O segundo veio por e-mail. Em reflexões “para nós pensarmos”.

Não bastassem estes, um filme forte – RENT. Daqueles que eu adoro mas tenho medo de indicar. Musical.
E, por fim, um telefonema em família. Como algumas pessoas nos destroem sem sentir, não?!

Mas tudo bem. Viria o fim de semana para me recuperar. Sexta o amparo de amigos. Sábado, de Degas. Exposição no MASP. Onde li:

é o movimento das coisas e das pessoas que distrai e até mesmo consola, se pudermos ser consolados quando estamos também infelizes. Se as folhas das arvores não se mexessem, como as arvores seriam triste, e nós também!”*

Levei tão a sério que sai para dançar, cercada de gente interessante. Valha a Degas o movimento!!!
O domingo acordou com animus andante (como diria a Jacque) e tive coragem de, depois de chegar a minha casa às dez da matina, sem dormir, ir ao Ibirapuera caminhar.
Não preciso nem dizer que, agora, todo o meu corpo lembra-se deste final de semana contundente!

*EDGAR DEGAS

quinta-feira, junho 01, 2006

sinais de fumaça

Piece of advice
Se tiver que escolher entre o objetivo e o subjetivo, fique com o primeiro.

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Problema idiomático
Instituição, nem he nem she, it.
Nem Gilberto Freyre, nem Sérgio Buarque de Hollanda.
Quem explica é a língua.

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Piada
Eu, de madrugada, sozinha, na rodoviária, esperando o pássaro marrom. Chega uma loira, bem arrumada, de salto altíssimo nos pés e cara de humpf. Traz um livro grande, muito grande e verde, nas mãos. Interesso-me. Ela se senta logo a minha frente e deita o livro no colo. O título? Inteligência Artificial!

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Égua
É mesmo a oportunidade uma mulher com o rabo de cavalo na testa. Trate de agarrá-la de pronto. Depois é tarde.

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Caixinha de costura
Sempre disse que os pensamentos me ocorrem em caixinhas. Concomitantemente. Uma idéia, uma música, um metapensamento. Fico ali, com meus botões, proseando a valer.Agora veio a meditação, pra dizer que devo observar meu pensamento. Desidentificar-me. Um olhar externo pra dentro. As caixinhas, eu as tenho há tempos. Mas quem disse que ter a caixinha de costura é saber costurar?